sábado, 4 de abril de 2009

Planet Rock - Afrika Bambaataa

Há algumas semanas atrás, DJ Raul tocou o super clássico 'Planet Rock', do Afrika Bambaataa, no SEM PARAR. Eu tinha muito a comentar sobre esta música, que foi um marco na história, mas passaria o programa inteiro falando.
Por isso, fazendo justiça ao grande DJ Afrika Bambaataa, líder da Zulu Nation - que esteve em turnê pelo Brasil no ano passado, inclusive em Brasília - deixo aqui um texto destacando sua importância. 

Em 1982, nos Estados Unidos, aparece a bateria eletrônica Roland TR 808, que em breve se tornaria a responsável por produzir a nova linha de batidas do rap.
Em busca de uma sonoridade diferente para animar as pistas black, Kevin Donovan, mais conhecido como DJ Afrika Bambaataa, ao lado de seu grupo The Soul Sonic Force, em 17 de julho, lança em vinil o clássico que alteraria o curso da história da música mundial - Planet Rock. 
Com o auxílio dos amigos e produtores John Robie e Arthur Backer, a experimentação de Bambaaataa foi totalmente inusitada: o grupo alemão de música eletrônica, Kraftwerk, havia pesquisado um novo estilo de som através de computadores e, embora tivesse feito sucesso com a música Autobahn, foi uma moda passageira. 
Mas Bambaataa, utilizando uma bateria TR 808 emprestada, apreciou o estilo do quarteto e remixou o sucesso de ‘Trans-Europe Express’ (do Kraftwerk), para criar Planet Rock, a música que significaria a evolução do som nas pistas de todo o planeta e o início de uma nova leitura para o lado musical da cultura hip-hop, caracterizada em uma espécie de funk eletrônico com vocais de rap. 
Atingindo a marca das 600 mil cópias vendidas só nos EUA, antes mesmo de se tornar um enorme apelo internacional, Planet Rock, se tornou o hino da cultura hip hop. Significou também o nascimento do Electrofunk, estilo de rap que mais tarde influenciaria o surgimento do Techno (de Detroit), Miami Bass e Freestyle (de Miami), Dancehall (da Jamaica) e, consequentemente, o Funk Carioca – filho do Electro e do Miami Bass.
Este último surgiu com o declínio do Movimento Black Rio, no final da década de 70, onde as pistas de dança dos bailes black eram animadas ao som do Soul e do Funk a la James Brown, Banda Black Rio, Gérson King Combo, Tony Tornado, entre outros. 
Nesse período, quem era a favor de um timbre mais suave, optou pelo Rhythm and Blues (ou R&B), carinhosamente popularizado como Charme - nome que deu origem a um movimento do subúrbio, capaz de ditar toda uma filosofia de vida baseada na elegância de roupas sociais, penteados preparados em salões de beleza e uma coreografia sincronizada de grupos, que se formavam em toda a pista ao compasso de BPM mais comportado.
E, quem preferiu um som mais pesado, trazia um visual mais despojado e uma dança invertebrada, que contagiou toda uma geração de adolescentes em busca de afirmação social, conhecida como Breaking, acabou permanecendo nos salões (aonde outrora se ouvia James Brown), aderindo assim ao Electro Funk, que tempos depois daria lugar ao Miami Bass.

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